26 novembro 2022

Psicologia Social e Ética

 

O Psicólogo Social encontra várias problemáticas no seu trabalho, mas como ele pode trabalhar de uma forma ética? Sempre falamos que um profissional deve ser ético, porém o que o torna ético? De onde ele se baseia eticamente para sua função? Cada profissional já possui em si suas convicções éticas, no entanto ele tem que seguir o Manual de Ética da sua profissão. A Psicologia Social é “o modo como um determinado conjunto de práticas sociais produz uma certa forma de relação consigo e com o mundo, ou, dito de outra maneira, a forma pela qual um determinado modo de subjetivação produz certos territórios existenciais” (ROSANE SILVA,2008), contudo com a globalização foi possível notar mais dificuldades para esse setor profissional,

“Um dos principais desafios seja a necessidade de se estar constantemente reinventando novos modos de produção de conhecimento em função da própria complexidade das questões às quais nos vemos confrontados. (...)Neste sentido, entendemos que a psicologia social contemporânea tem uma função eminentemente política que passa por realizar uma ontologia do presente e colocar em questão o que somos e qual é este mundo, este período no qual vivemos” (ROSANE SILVA, 2008)

De acordo com Andrea Zanella (2008), o psicólogo social deve ter em sua base ética olhares múltiplos no acolhimento para recobrir facetas, ângulos e prismas diferenciados, apesar disso, nem tudo é perfeito, afinal o reconhecimento da diversidade e o acolhimento à diferença, caso não se paute em uma reflexão sobre o que se acolhe, com que objetivo, assentado em qual projeto social e político, pode levar ao extremo de se calar diante da violência, da barbárie, do imponderável. Por isso, se deve ter compromisso independente do objetivo, do método usado e do objeto, o psicólogo social deve está comprometido com a “ética da vida justa”, afinal algumas vezes as pessoas podem fazer algo para o seu benefício e o psicólogo deve fugir disso.

O psicólogo social trabalha com diversas pessoas, por isso ele deve saber lidar sem possuir preconceitos, segundo Neuza Grareschi (2008) “isso nos faz ficarmos atentos ao multiculturalismo, pois este deve ser sempre criticado ou questionado para que não se restrinja somente a perspectiva cultural, mas que esteja aberto para perceber outras questões sobre políticas de identidade e de pensamentos. Assim, evitará de se tornar mais um discurso hegemônico ou limitado quando se tratar de discutir sobre as diferenças em suas pluralidades de articulações, ou seja, o multiculturalismo conservador abusa da diversidade para encobrir uma ideologia de assimilação.”

Referencia:

PLONER, KS., et al., org. Ética e paradigmas na psicologia social [online], pág 39 - 63. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008. 313 p. ISBN: 978-85-99662-85-4. Available from SciELO Books .

 

 

18 novembro 2022

Psicologia Humanista e a Psicoterapia com Crianças Nessa Abordagem

Na abordagem humanista Carl Rogers acreditava que nós devemos incentivar o desenvolvimento e encorajar os seres. Mas para isso deve ser algo natural e não condicionado, pois para o indivíduo se desenvolver é preciso que ele saiba ter autocrítica, pois a partir desse momento o ser humano vai pensar "eu sou capaz de fazer isso?" Se o a resposta for negativa, é nesse momento que o psicólogo entra em cena e diz  "você acha que esse pensamento está certo? Por quê você não conseguiria fazer?" Isso faz com que a criança pare e pense que talvez seus pensamentos só estejam a enganando.
"Na abordagem humanista temos a condição essencial que é aceitação positiva incondicional, é a capacidade do terapeuta aceitar sem criticas, julgamentos qualquer situação que vinher do seu cliente. Ela pressupõe que o terapeuta tenha abertura e acolha seu cliente. Temos também a empatia, que é tentar entender o mundo do outro. E   por último a congruência que é uma habilidade que o terapeuta aceita a si próprio, quando o terapeuta se entende e se aceita, assim ele se torna mais autêntico e verdadeiro, com isso é mais fácil manter uma comunicação com seu cliente." (PROVEDEL, 2019)

Os psicólogos humanistas são aqueles que estão "interessados naquelas capacidades e potencialidades humanas que não encontram uma consideração sistemática nem na teoria positivista ou behaviorista, nem na teoria psicanalítica clássica, tais como criatividade, amor, self, crescimento, organismo, necessidades básicas de satisfação, auto-realização, valores superiores, transcendência do ego, objetividade, autonomia, identidade, responsabilidade, saúde psicológica, etc. (MASLOW, 1957 apud BOAINAIM). Com isso podemos ver que na abordagem humanista não há o enfoque na patologia, mas no desenvolvimento do indivíduo, nas capacidades e as potencialidades que ele tem e pode vim a ter. O ser humano é livre e não uma marionete que deve fazer o que a sociedade diz e nem se apegar a um diagnóstico que não a resume, naturalmente o homem é bom e sem problemas, mas o que o muda é a sociedade, é a família e os amigos que entram em sua vida. É um pensamento romântico e positivista demais? É, mas também é um grande fato que as influências nos corrompem e só voltamos ao que éramos antes dessas influências se quisermos mudar.
Muitos pais se perguntam "quando devo levar meu filho a uma terapia?" É importante salientar que não devemos levar uma criança por qualquer motivo a uma psicoterapia, segundo a psicóloga Violet Oaklander (1980) "os pais precisam ser de uma certa forma terapeutas em casa, assim as intervenções devem ser feitas em casos que sejam necessários orientar os pais, para que assim os pais consigam resolver os conflitos dos filhos." Por exemplo: em casos que a criança não se comunica; com agressividade; com choro sem motivos aparentes; um provável atraso cognitivo e etc.
Numa abordagem humanista é muito importante se olhar o indivíduo e dá espaço a seus sentimentos e vontades, as falas e sentimentos nunca devem ser invalidados, é importante o psicólogo se por numa posição empática, assim o cliente terá a possibilidade de se conhecer, ver seus potenciais e se realizar. Como se trata de uma psicoterapia infantil (Ludoterapia) a posição do psicólogo e cliente se torna mais delicada, a criança possui fragilidades, desconfianças e um maior apego a pessoas que ela termina criando vínculos. 
Muitas vezes a criança vai chegar na Ludoterapia com vários documentos como relatórios médicos e registros escolares, é muito importante que o profissional de psicologia não foque nesses documentos como uma verdade absoluta, o profissional deve observar a criança em todas as sessões, pois é provável que ela apresente algo que não foi visto por outros profissionais (MONTEIRO et al., 2015). Muitas vezes a criança não vai querer transparecer o que sente aos pais por medo de julgamentos, no colégio talvez seja por vergonha ou porque se sente reprimida ou até mesmo desconfortável com as pessoas ao seu redor.

A Ética num Atendimento Humanista

Para Carl Rogers, a Ética humanista está baseada no respeito e cuidado.
No humanismo não se usa o termo paciente e sim cliente.
Falamos de potencialidade, temos um pensamento otimista, a pessoa precisa de cuidado, mas olhamos o potencial que ela possuí.
Na psicologia humanista se dá aconselhamento que é diferente de conselho, nós orientamos para a "criação e desenvolvimento de novas formas de estabelecer a saúde psíquica e promover o desenvolvimento dos melhores potenciais humanos." (BOAINAIM, 2018)



PROVEDEL, Daniela. O que é psicoterapia na abordagem humanista? Disponível em: <https://youtu.be/I6JzqmLr5M8> Acesso em: 11 de nov. 2022

BOAINAIM, Elias. A psicologia humanista. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://gruposerbh.com.br/textos/artigos/artigo23.pdf&ved=2ahUKEwiHgOeI3qr7AhXnppUCHWksCGIQFnoECBUQAQ&usg=AOvVaw08aPhLH1vDVgUI-HbfSEpb Acesso em:  06 de nov. 2022
(En)Cena – A Saúde Mental em Movimento
Psicoterapia Infantil na Abordagem Centrada na Pessoa
Thais Monteiro, Raquel Portela, Laura Pantoja, Carolina Cótica e Tatiane da Paixão
https://www.google.com/amp/s/encenasaudemental.com/comportamento/insight/psicoterapia-infantil-na-abordagem-centrada-na-pessoa-acp-possibilidades-e-desafios/amp/
2015
Acesso: 06 de nov. 2022

17 novembro 2022

Psicologia Humanista e a Psicoterapia com Crianças Nessa Abordagem

Na abordagem humanista Carl Rogers acreditava que nós devemos incentivar o desenvolvimento e encorajar os seres. Mas para isso deve ser algo natural e não condicionado, pois para o indivíduo se desenvolver é preciso que ele saiba ter autocrítica, pois a partir desse momento o ser humano vai pensar "eu sou capaz de fazer isso?" Se a resposta for negativa, é nesse momento que o psicólogo entra em cena e diz  "você acha que esse pensamento está certo? Por quê você não conseguiria fazer?" Isso faz com que a criança pare e pense que talvez seus pensamentos só estejam a enganando.

"Na abordagem humanista temos a condição essencial que é aceitação positiva incondicional, é a capacidade do terapeuta aceitar sem criticas, julgamentos qualquer situação que vinher do seu cliente. Ela pressupõe que o terapeuta tenha abertura e acolha seu cliente. Temos também a empatia, que é tentar entender o mundo do outro. E   por último a congruência que é uma habilidade que o terapeuta aceita a si próprio, quando o terapeuta se entende e se aceita, assim ele se torna mais autêntico e verdadeiro, com isso é mais fácil manter uma comunicação com seu cliente." (PROVEDEL, 2019)

 

Os psicólogos humanistas são aqueles que estão

 "interessados naquelas capacidades e potencialidades humanas que não encontram uma consideração sistemática nem na teoria positivista ou behaviorista, nem na teoria psicanalítica clássica, tais como criatividade, amor, self, crescimento, organismo, necessidades básicas de satisfação, auto-realização, valores superiores, transcendência do ego, objetividade, autonomia, identidade, responsabilidade, saúde psicológica, etc.” (MASLOW, 1957 apud BOAINAIM).

Com isso podemos ver que na abordagem humanista não há o enfoque na patologia, mas no desenvolvimento do indivíduo, nas capacidades e as potencialidades que ele tem e pode vim a ter. O ser humano é livre e não uma marionete que deve fazer o que a sociedade diz e nem se apegar a um diagnóstico que não a resume, naturalmente o homem é bom e sem problemas, mas o que o muda é a sociedade, é a família e os amigos que entram em sua vida. É um pensamento romântico e positivista demais?  É, mas também é um grande fato que as influências nos corrompem e só voltamos ao que éramos antes dessas influências, se quisermos mudar.

Muitos pais se perguntam "quando devo levar meu filho a uma terapia?"  É importante salientar que não devemos levar uma criança por qualquer motivo a uma psicoterapia, segundo a psicóloga Violet Oaklander (1980) "os pais precisam ser de uma certa forma terapeutas em casa, assim as intervenções devem ser feitas em casos que sejam necessários orientar os pais, para que assim os pais consigam resolver os conflitos dos filhos." Por exemplo: em casos que a criança não se comunica; com agressividade; com choro sem motivos aparentes; um provável atraso cognitivo e etc.

Numa abordagem humanista é muito importante se olhar o indivíduo e dá espaço a seus sentimentos e vontades, as falas e sentimentos nunca devem ser invalidados, é importante o psicólogo se por numa posição empática, assim o cliente terá a possibilidade de se conhecer, ver seus potenciais e se realizar. Como se trata de uma psicoterapia infantil (Ludoterapia) a posição do psicólogo e cliente se torna mais delicada, a criança possui fragilidades, desconfianças e um maior apego a pessoas que ela termina criando vínculos. 

Muitas vezes a criança vai chegar na Ludoterapia com vários documentos como relatórios médicos e registros escolares, é muito importante que o profissional de psicologia não foque nesses documentos como uma verdade absoluta, o profissional deve observar a criança em todas as sessões, pois é provável que ela apresente algo que não foi visto por outros profissionais (MONTEIRO et al., 2015). Muitas vezes a criança não vai querer transparecer o que sente aos pais por medo de julgamentos, no colégio talvez seja por vergonha ou porque se sente reprimida ou até mesmo desconfortável com as pessoas ao seu redor.

 

A Ética num Atendimento Humanista

 

Para Carl Rogers, a Ética humanista está baseada no respeito e cuidado.

No humanismo não se usa o termo paciente e sim cliente.

Falamos de potencialidade, temos um pensamento otimista, a pessoa precisa de cuidado, mas olhamos o potencial que ela possui.

Na psicologia humanista se dá aconselhamento que é diferente de conselho, nós orientamos para a "criação e desenvolvimento de novas formas de estabelecer a saúde psíquica e promover o desenvolvimento dos melhores potenciais humanos." (BOAINAIM, 2018)

 

 

Referências:

 

BOAINAIM, Elias. A psicologia humanista. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://gruposerbh.com.br/textos/artigos/artigo23.pdf&ved=2ahUKEwiHgOeI3qr7AhXnppUCHWksCGIQFnoECBUQAQ&usg=AOvVaw08aPhLH1vDVgUI-HbfSEpb Acesso em:  06 de nov. 2022

MONTEIRO, Thais et al. Psicoterapia Infantil na Abordagem Centrada na Pessoa. (En)Cena – A Saúde Mental em Movimento, 2015. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/encenasaudemental.com/comportamento/insight/psicoterapia-infantil-na-abordagem-centrada-na-pessoa-acp-possibilidades-e-desafios/amp/ Acesso em: 06 de nov. 2022

PROVEDEL, Daniela. O que é psicoterapia na abordagem humanista? Disponível em: <https://youtu.be/I6JzqmLr5M8> Acesso em: 11 de nov. 2022


11 novembro 2022

Linha do Tempo da Psicologia do Trânsito no Brasil

     Muitos não sabem, mas existe uma área na psicologia chamada Psicologia do Trânsito. Nessa área é estudado como as pessoas (motoristas e pedestres) agem no trânsito. Aqui irei mostrar uma rápida linha do tempo do trânsito e da psicologia no Brasil.

 

Ano/Data/ Período Importante

Acontecimento

1862

Começaram a circular  os  primeiros  bondes  a vapor,  no  Rio  de  Janeiro,  substituindo  a  força  animal,  por  iniciativa  de Thomas  Cochrane,  que,  para  tal,  criou  a  Companhia  de  Carris  de  Ferro  da Cidade  à  Boa  Vista. 

 

1884

Criação  do  bonde  “caradura”,  ou  “taioba” 

1891

Os  primeiros  automóveis  chegaram  ao  território  brasileiro, os  automóveis  eram  movidos  a  vapor  e  estavam  ligados a  um  carro  destinado  a  acomodar  os  passageiros.

1892

O  primeiro  bonde  elétrico  do  Brasil que  teve  sua  apresentação  e  entrada  em  serviço  em  outubro  de 1892.

1897

No  Rio  de  Janeiro,  o ativista  José  do  Patrocínio  importou  da  França  um  automóvel  modelo Serpollet, ele emprestou seu carro  para  o  poeta  Olavo  Bilac,  que  provocou  o  primeiro  acidente  de trânsito  no  Brasil  ao  perder  o  controle  do  veículo  e  colidir  com  uma árvore. 

1906

Primeiras  regras para  a concessão  de  licenças  para  dirigir

 

Se  adotou no  país  o  exame  obrigatório  para  habilitar  motoristas

1908

Foi introduzido o primeiro serviço regular de ônibus  a  gasolina  do  Brasil,  em  comemoração  aos  100  anos  da  abertura dos  portos  por  D.  João  VI,  no  Centro  do  Rio  de  Janeiro

Primeira metade do século XX

A psicologia do trânsito surgiu no Brasil

Década  de  1940 

Início da avaliação de condutores, período  considerado  gerador  das  condições  iniciais  para  um desenvolvimento  da  psicologia  como  ciência  e  profissão

 

Criação da Companhia Municipal de Transporte Coletivo  (CMTC)  em  São  Paulo

 

Instalou-se o serviço psicológico destinado  à  seleção  de  condutores  de  veículos.

 

Instituições importantes foram criadas no cenário da  pré-constituição  da  formação  em psicologia  no  Brasil

 

28  de  janeiro  de  1941

O primeiro  Código  Nacional  de  Trânsito  foi  instituído  pelo  Decreto-Lei  n. 2.994, e  disciplinava  a  circulação  de  veículos automotores  de  qualquer  natureza  nas  vias  terrestres  abertas  à  circulação pública

5  de  agosto  de  1946

O Decreto  n.  9.545  que  tratava  da  habilitação  e do  exercício  da  atividade  de  condutor  de  veículos  automotores, indicava que  há  necessidade  de  realização  de  “exame  psíquico”,  com  base  em  um “conjunto  de  testes”,  ainda  que  sem  caráter  eliminatório

 

1951

Instituto  de  Seleção  e  Orientação  Profissional  (ISOP),  da  Fundação Getúlio  Vargas,  no  Rio  de  Janeiro,  sob  a  direção  de  Myra  y  López, começou  a  examinar  os  candidatos  para  obtenção  da  Carteira  Nacional  de Habilitação  por  meio  de  entrevistas,  provas  de  aptidão  e  personalidade, estimulado  pelo  Decreto-Lei  n.  9.545/1946,  que  previa  os  exames  físicos  e mentais  para  condutores  amadores  e  profissionais. 

Agosto de 1962

A profissão e o curso de psicologia foram regulamentadas no Brasil

16  de  janeiro  de  1968

O  Sistema  Nacional  de  Trânsito  foi  efetivamente  regulamentado  pelo Decreto-Lei  n.  62.127 determinando  que  cada estado  do  Brasil  criasse  seu  Departamento  de  Trânsito  (Detran)

1970

A  edição  da  Resolução  n.  432,  de  16  de  julho  de  1970, que  regulamentou  a  obrigatoriedade  dos exames  psicotécnicos  em  todo  o  território  nacional.

 

O  cenário  de  produção  de  estudos  e  pesquisas  científicas  em  psicologia do  trânsito  acentuou-se  nessa década,  bem  como  a  inserção de  psicólogos  em  instituições  do  Estado,  em  empresas,  escolas, penitenciárias,  hospitais,  universidades  e  clínicas  privadas. 

 

1980

Ampliou-se a divulgação das pesquisas e experiências em psicologia  do  trânsito  em  periódicos  especializados  em  psicologia

1997

Foi criado  Código  Brasileiro  de  Trânsito

1999

I Fórum Nacional de Psicologia do Trânsito, mostrando a necessidade dos Conselhos Federais e Conselhos Regionais de Psicologia em contribuir para a elaboração de diretrizes para as políticas sobre mobilidade e normatizações sobre o trabalho dos psicólogos na área do trânsito

 

2004

Ocorreu  o  VI  Congresso  Nacional  de  Psicologia  do  Trânsito,  dessa  vez  em Campo  Grande. 

 

A Organização das Nações Unidas (ONU)  e  a  Organização  Mundial  de  Saúde  (OMS)  estabeleceram   comotema  central  o  enfrentamento  aos  acidentes  de  trânsito,  que  passaram, oficialmente,  a  ser  vistos  como  uma  espécie  de  pandemia.

2008

Passou a ser obrigatório que o psicólogo perito examinador  de  trânsito  possua  título  de  especialista  em  psicologia  do trânsito,  reconhecido  pelo  Conselho  Federal  de  Psicologia,  ou  ter concluído  o  curso  de  capacitação  para  psicólogo  perito  examinador  de trânsito

 

04 novembro 2022

Resumo do Livro “A Politica Da Loucura (A Antipsiquiatria)”

 

Este é um resumo do livro “A Politica Da Loucura (A Antipsiquiatria)” do autor João Francisco Duarte Junior, que foi publicado no ano de 1983.

Para começar o livro inicia explicando a etimologia da palavra “Antipsiquiatria”, sendo que o prefixo “Anti” significa “oposição de alguma coisa que se contrapõe a outra”, que nesse caso seria a oposição a psiquiatria. O termo antipsiquiatria surgiu com David Cooper, um psiquiatra sul-africano de ascendência inglesa, que a partir dos estudos de outros especialistas e juntamente com Ronald Laing, um psiquiatra inglês, passou a discordar dos métodos tradicionais da psicologia e psiquiatria. Para os dois era como se os métodos tradicionais não estudassem o indivíduo como um todo, mas só uma pequena parcela do indivíduo.

 O livro nos traz que a psiquiatria tradicional tinha a loucura como uma doença que podia ser curada com eletrochoques, internamento, psicoterapia e remédios. Algo que hoje já podemos ver que não é real, eletrochoques podem causar complicações na saúde do indivíduo; internamento não é uma boa opção já que a pessoa fica longe da família e amigos, ela fica praticamente isolada do mundo o que causa uma piora; já a psicoterapia não cuida, mas ajuda, porém acredito que não deva ser algo imposto, pois assim a situação pode vim a piorar e por último, mas não menos importante nesse tópico, a medicação ajuda, mas não cura, contudo acredito que existe uma medicalização muito grande nos tempos atuais e para a época que o livro foi escrito não duvido que tenha sido maior, as farmácias ganham muito dinheiro com isso e muitos médicos e familiares preferem uma pessoa dopada por ser mais fácil de “cuidar”. Por isso o livro nos mostra que os métodos usados na psiquiatria até hoje (como medicamentos) só são usados por atender fatores políticos e econômicos.

Na ciência várias coisas podem ser objeto de estudo como microrganismos e a natureza que sempre seguem um padrão, nós humanos também seguimos um padrão em questão de funcionamento do organismo, porém em questão de comportamento somos diferentes de todos os seres vivos, ou seja, não estamos presos a nossa estrutura biológica. Humanos vivem de formas diferentes e isso tem relação com sua cultura e individualidade. Eles não podem ser estudados pelas ciências naturais, pois sempre estão mudando a forma de existir ao longo da história e seus valores. Os seres humanos são livres e por isso não podemos prever comportamentos como poderíamos com a natureza. Por exemplo, o CO2 (dióxido de carbono) é conhecido por ser um poluente, tanto no Brasil como na China e Inglaterra, ou seja, ele não muda seu comportamento.  Já o humano, não importa o país que ele esteja, de que cultura veio e nem a sua situação econômica, ele sempre terá um comportamento diferente do outro. A psicologia estuda um pouco os indivíduos e generaliza eles sem muitas vezes procurar saber o contexto que a pessoa está inserida. Os humanos podem ser estudados em sociedade, porém isso não define que o comportamento que geralmente uma sociedade tem poderá ser de todo indivíduo que ali está inserido.  E é dai que surge a questão “O que é normal?” “O que é aceitável?” “Quem é doente?” isso vai depender do contexto, no contexto mundial um homem que mata uma pessoa é criminoso, mas o Presidente da Rússia que está matando várias pessoas nesse momento é considerado por muitos um homem que luta pela sua pátria e provavelmente em livros Russos e de aliados será considerado um herói, enquanto para outros países ele sempre será um monstro ou um doente. Por isso devemos estudar o indivíduo isoladamente e em sociedade, para entender o que o leva a tais atitudes.

A primeira proposta da antipsiquiatria é a dessacralização da ciência, ou seja, é mostrar que as correntes psicológicas podem ser quebradas, pois o humano não é só cérebro e nunca entenderemos ele por completo, é preciso tentar entender o indivíduo como um todo dentro do contexto de vida dele.

Nós não somos seres feitos só de razão, mas também de emoção. Tudo que conhecemos e entendemos ocorre principalmente pela emoção, o fato de gostarmos ou nos interessarmos por algo vem dessa emoção que trará prazer para aprender. Nossas emoções são de difícil explicação por isso nós seres humanos criamos a arte, nós conseguimos colocar sentimentos de felicidade ou tristeza e até medo em esculturas, pinturas e músicas. Por exemplo, os quadros de Vincent van Gogh, provavelmente para ele transmitiam algo, essa era a forma que ele tinha para expressar suas dores, angustias e felicidades. Mas também podemos usar a religião para expressar as emoções, muitos vão a igreja pela fé e lá encontram conforto, felicidade e paz em momentos difíceis.

O psicoterapeuta precisa entender os sentimentos que se encontra no indivíduo, ele precisa ir além da palavra, sentir o que o outro sente. O psicoterapeuta não deve ser um profissional neutro, pois deve haver uma relação humana para um bom atendimento, precisa haver uma troca, o cliente precisa se sentir bem com a pessoa que irá atende-lo, caso isso não ocorra a psicoterapia não terá evolução e o  cliente vai abandonar as consultas.

Política na antipsiquiatria diz respeito ao poder que a família, instituições sociais, sindicatos e partidos tem sobre os outros. Nesse caso se dá um poder ao especialista em transtornos mentais de julgar se uma pessoa é "normal" ou "anormal", "sadio" ou "doente" o que dá um falso direito de encarcerar o indivíduo numa instituição com o suposto objetivo de "curar" a pessoa. A loucura vai muito do que o outro interpreta que seja o “adequado”. Muitas vezes os seres humanos preferem isolar o "louco" observar suas ações e julga-las.

Vou dá um exemplo:

Temos 2 situações reais

·       A situação 1 um homem vai normalmente ao shopping sozinho, ganha mesada do pai, sai com os amigos, foi muito querido pelas professoras e é muito simpático, ele tem uma sobrinha e se preocupa com ela e com as irmãs dele.

·       A situação 2 um homem tem dia que acorda agitado ouvindo vozes, xinga as pessoas, grita a noite toda e agride qualquer pessoa.

Quem seria o esquizofrênico paranoide e quem é o normal? Muitos diriam que o 1 é o normal e o 2 é o doente, porém a pessoa da situação 1 e a pessoa da situação 2 são a mesma pessoa só que em momentos diferentes da vida. As pessoas julgam só por ter visto algo que para elas não é comum, qualquer pessoa pode ser considerada louca se a encontrarmos em um momento que para nós ela está sendo “anormal”. A loucura não passa de um rotulo para segregar.

A esquizofrenia vem do grego e significa “mente partida” ou “mente dividida”. Esse é um rótulo que colocamos em pessoas que perderam o contato com a realidade e se isolaram do mundo. A esquizofrenia é a patologia modelo da antipsiquiatria, pois a maioria dos psicóticos são classificados como esquizofrênicos isso porque a pessoa possui uma grande quantidade de sintomas que se enquadram na esquizofrenia. Essa doença não tem suas causas definidas, mas de acordo com o livro é importante salientar que ela não se contrai por uma certa razão. De acordo com o livro quando a pessoa muda o comportamento e passa a fazer coisas estranhas, isto não é um sintoma de uma doença mas sim uma situação patológica que ele está inserido, ou seja, a doença não se encontra nas pessoas mas sim em suas relações afetivas.

A família inicialmente é quem dita as regras e é de lá que aprendemos o que é certo e errado, normal e anormal, além da moral. Com isso muitos filhos seguem o que é dito pelos pais com medo de perder o amor, proteção e carinho, por outro lado sentem que podem perder a chance de viverem e de se realizarem, fazendo se instalar o núcleo do conflito, mas isso não é claro para esse indivíduo, pois ele se sente confuso. O sentimento de culpa é o principal meio de controle familiar, o tempo todo os pais cobram dos filhos e se eles não cumprem o desejado, o filho passa a se sentir culpado o que gera mais conflitos. Laing e Cooper criaram a Teoria de duplo vínculo que para eles é um meio caminho para esquizofrenia, visto uma vez que os pais falam uma coisa e agem de outra forma o que faz com que o filho se sinta confuso com si, eles pensam "o que eles querem realmente de mim?" Ex: um dia a criança faz "arte" e o pai ri, no outro dia o pai chega em casa estressado a criança faz a mesma "arte" e o pai bate nele.

Com isso a crítica da antipsiquiatria vai para o fato dos psiquiatras só olharem o indivíduo e não também a família que é onde o indivíduo é constituído. Com isso o ponto central de estudo vai para o sistema familiar. Pois a família tem um poder enorme sobre um indivíduo, pais e mães tem o direito de ditar regras que muitas vezes não serão bem vistas pelos filhos. Na família surge o que é chamado de “Sistema do falso eu” que é um processo que o indivíduo passa onde ele faz o que as pessoas querem e esperam dele para ser visto como "um bom filho", pois ele possui medo de sofrer punições. O que mantém nossa sanidade mental muitas vezes é o tratar de nossa família, uma família que dá liberdade para o filho ser quem é e dar espaço para compreensão faz com que o filho se sinta bem. Porém onde há um membro esquizofrênico, o sistema passa a ser mais opressor, a família passa a exigir o "falso eu" para que o indivíduo se enquadre no "normal", fazendo com que ele deixe de fazer o que gosta e entre em conflito com si próprio em proporções insuportáveis. E com isso surge os primeiros "sintomas" que geram os tais comportamentos estranhos, que para Laing e Cooper, são formas de protesto cheios de contradições e não admitido abertamente pelos outros e pelo próprio indivíduo. Como os pais não querem admitir que os filhos estão se opondo, eles preferem dizer que os filhos não possuem sanidade do que dizer que é um mau filho, é a forma que os pais arranjam para justificar as ações dos filhos que a sociedade tanto vai criticar. As vozes que um esquizofrênico ouve pode ser considerado algo que ele viveu, por exemplo: coisas que os pais diziam e até mesmo impôs.

No livro se fala que a antipsiquiatria não descarta o envolvimento de problemas físicos com a esquizofrenia e que é de conhecimento de todos que problemas orgânicos geram problemas mentais que devem ser diagnosticados e terem uma intervenção medicamentosa. Ou seja, em momento nenhum a antipsiquiatria descarta os problemas orgânicos, mas também dá a ênfase de que problemas do dia a dia podem trazer problemas a saúde. Segundo Cooper, desde o nascimento vamos aprendendo e em um certo momento caminhamos para o que é considerado sadio ou doente, normalmente os "sadios" terminam entendendo como funciona a sociedade e com isso conseguem driblar esse jogo de papéis sociais, mas sem aceitar o que a sociedade diz como verdade única.

A pessoa esquizofrênica quando tem crises psicóticas entram em um tipo de viagem que a leva para a desestruturação das coisas do cotidiano, esse é o "processo natural de cura". Ou seja, nesse momento o indivíduo passa a ser ele mesmo sem precisar seguir as regras da sociedade e assim se sente livre, mas isso acaba de forma desastrosa porque terceiros interferem e não deixam o indivíduo experienciar o que tanto quer e o traz para esse mundo que para ele é insuportável de si viver. O psicoterapeuta é visto como uma ameaça já que ele sempre tenta levar o indivíduo a "realidade" e para o indivíduo que não é considerado “normal” o psicoterapeuta faz o que a família manda, além de que faz procedimentos violentos como drogas, choque e internação, tudo com o suposto objetivo de traze-lo de volta. Por isso para Laing e Cooper a psiquiatria tradicional só piora a situação do indivíduo.

Para a corrente antipsiquiatrica a psiquiatria é uma ação repressora que condena aqueles que não se adaptam as regras da sociedade e o hospício é equivalente a cadeia já que para muitos, esses indivíduos não possuem utilidade. No livro é citado que a psiquiatria surgiu na era industrial e tinha como objetivo de separar as pessoas por categorias para que elas trabalhassem, eram três categorias: desempregados, criminosos e loucos. A primeira categoria foi aproveitada e as duas últimas foram isoladas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Referencia:

JUNIOR, João Francisco Duarte. A Politica Da Loucura (A Antipsiquiatria). 1ª Edição. Campinas-SP. Editora: Papirus, 1983.

 

 

03 novembro 2022

Seja Bem Vindo(a/e)!

       Olá, meu nome é Milena e eu sou estudante de psicologia. Venho através desta página trazer informações sobre psicologia e outros temas que a psicologia se relaciona, venho mostrar os meus textos e venho te convidar a refletir comigo.

    Agradeço a sua presença neste blog!

    Att. e com muito amor Milena Velloso

Como conseguir um psicologo gratuito