17 novembro 2022

Psicologia Humanista e a Psicoterapia com Crianças Nessa Abordagem

Na abordagem humanista Carl Rogers acreditava que nós devemos incentivar o desenvolvimento e encorajar os seres. Mas para isso deve ser algo natural e não condicionado, pois para o indivíduo se desenvolver é preciso que ele saiba ter autocrítica, pois a partir desse momento o ser humano vai pensar "eu sou capaz de fazer isso?" Se a resposta for negativa, é nesse momento que o psicólogo entra em cena e diz  "você acha que esse pensamento está certo? Por quê você não conseguiria fazer?" Isso faz com que a criança pare e pense que talvez seus pensamentos só estejam a enganando.

"Na abordagem humanista temos a condição essencial que é aceitação positiva incondicional, é a capacidade do terapeuta aceitar sem criticas, julgamentos qualquer situação que vinher do seu cliente. Ela pressupõe que o terapeuta tenha abertura e acolha seu cliente. Temos também a empatia, que é tentar entender o mundo do outro. E   por último a congruência que é uma habilidade que o terapeuta aceita a si próprio, quando o terapeuta se entende e se aceita, assim ele se torna mais autêntico e verdadeiro, com isso é mais fácil manter uma comunicação com seu cliente." (PROVEDEL, 2019)

 

Os psicólogos humanistas são aqueles que estão

 "interessados naquelas capacidades e potencialidades humanas que não encontram uma consideração sistemática nem na teoria positivista ou behaviorista, nem na teoria psicanalítica clássica, tais como criatividade, amor, self, crescimento, organismo, necessidades básicas de satisfação, auto-realização, valores superiores, transcendência do ego, objetividade, autonomia, identidade, responsabilidade, saúde psicológica, etc.” (MASLOW, 1957 apud BOAINAIM).

Com isso podemos ver que na abordagem humanista não há o enfoque na patologia, mas no desenvolvimento do indivíduo, nas capacidades e as potencialidades que ele tem e pode vim a ter. O ser humano é livre e não uma marionete que deve fazer o que a sociedade diz e nem se apegar a um diagnóstico que não a resume, naturalmente o homem é bom e sem problemas, mas o que o muda é a sociedade, é a família e os amigos que entram em sua vida. É um pensamento romântico e positivista demais?  É, mas também é um grande fato que as influências nos corrompem e só voltamos ao que éramos antes dessas influências, se quisermos mudar.

Muitos pais se perguntam "quando devo levar meu filho a uma terapia?"  É importante salientar que não devemos levar uma criança por qualquer motivo a uma psicoterapia, segundo a psicóloga Violet Oaklander (1980) "os pais precisam ser de uma certa forma terapeutas em casa, assim as intervenções devem ser feitas em casos que sejam necessários orientar os pais, para que assim os pais consigam resolver os conflitos dos filhos." Por exemplo: em casos que a criança não se comunica; com agressividade; com choro sem motivos aparentes; um provável atraso cognitivo e etc.

Numa abordagem humanista é muito importante se olhar o indivíduo e dá espaço a seus sentimentos e vontades, as falas e sentimentos nunca devem ser invalidados, é importante o psicólogo se por numa posição empática, assim o cliente terá a possibilidade de se conhecer, ver seus potenciais e se realizar. Como se trata de uma psicoterapia infantil (Ludoterapia) a posição do psicólogo e cliente se torna mais delicada, a criança possui fragilidades, desconfianças e um maior apego a pessoas que ela termina criando vínculos. 

Muitas vezes a criança vai chegar na Ludoterapia com vários documentos como relatórios médicos e registros escolares, é muito importante que o profissional de psicologia não foque nesses documentos como uma verdade absoluta, o profissional deve observar a criança em todas as sessões, pois é provável que ela apresente algo que não foi visto por outros profissionais (MONTEIRO et al., 2015). Muitas vezes a criança não vai querer transparecer o que sente aos pais por medo de julgamentos, no colégio talvez seja por vergonha ou porque se sente reprimida ou até mesmo desconfortável com as pessoas ao seu redor.

 

A Ética num Atendimento Humanista

 

Para Carl Rogers, a Ética humanista está baseada no respeito e cuidado.

No humanismo não se usa o termo paciente e sim cliente.

Falamos de potencialidade, temos um pensamento otimista, a pessoa precisa de cuidado, mas olhamos o potencial que ela possui.

Na psicologia humanista se dá aconselhamento que é diferente de conselho, nós orientamos para a "criação e desenvolvimento de novas formas de estabelecer a saúde psíquica e promover o desenvolvimento dos melhores potenciais humanos." (BOAINAIM, 2018)

 

 

Referências:

 

BOAINAIM, Elias. A psicologia humanista. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://gruposerbh.com.br/textos/artigos/artigo23.pdf&ved=2ahUKEwiHgOeI3qr7AhXnppUCHWksCGIQFnoECBUQAQ&usg=AOvVaw08aPhLH1vDVgUI-HbfSEpb Acesso em:  06 de nov. 2022

MONTEIRO, Thais et al. Psicoterapia Infantil na Abordagem Centrada na Pessoa. (En)Cena – A Saúde Mental em Movimento, 2015. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/encenasaudemental.com/comportamento/insight/psicoterapia-infantil-na-abordagem-centrada-na-pessoa-acp-possibilidades-e-desafios/amp/ Acesso em: 06 de nov. 2022

PROVEDEL, Daniela. O que é psicoterapia na abordagem humanista? Disponível em: <https://youtu.be/I6JzqmLr5M8> Acesso em: 11 de nov. 2022


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