14 abril 2024

Como conseguir um psicologo gratuito

Muitos acham que psicólogos só podem ser encontrados em clínicas particulares, sendo que na realidade o SUS oferece gratuitamente através de caps e as vezes no creas.O que é o Caps? É o Centro de Atenção Psicossocial, voltado para o atendimento de pessoas com sofrimento ou transtornos mentais.
Ele existe em 6 modalidades
1. Caps I: atende todas as faixas etárias, para transtornos graves e persistentes, inclusive pelo uso de substânciaspsicoativas, atende cidades e regiões com pelo menos 15mil habitantes. 
2. CAPS II: A mesma coisa do CAPS I, diferença que atende pelo menos 70mil habitantes. 
3. CAPS i: Mesma coisa de CAPS II, diferença da faixa etária que é para menores de 18anos.
4. CAPS ad Álcool e drogas: para todas as faixas etárias, voltada para dependentes químicos. 
5. CAPS III: Atendimento com até 5 vagas de acolhimento noturno e observação, para quem tem transtornos metais e usa substâncias psicoativas, atende cidades e regiões com pelo menos150mil habitantes. 
6. CAPS AD III álcool e drogas:  Atendimento de 8 a 12 vagas de acolhimento noturno e observação ; funciona 24h; atende todas as idades; atende cidades e regiões com até 150mil habitantes. 

Se na sua cidade/região não tiver um caps, voce pode procurara Atenção Básica (AB).

12 fevereiro 2024

Gengibre e Seus Benefícios Para a Memória



NÃO SÓ NA MEMÓRIA, TAMBÉM NO AVC, PARKINSON E ALZHEIMER 🧠


As propriedades que o Gengibre possui (antioxidante e anti-inflamatório) podem ajudar ao cérebro a evitar inflamações e danos oxidativos, que se acredita estarem relacionados a danos cognitivos. Além disso, ele pode auxiliar nas doenças neurológicas, podendo combater o Alzheimer e o Parkinson e reduzir os danos de um AVC.


Uma pesquisa feita em laboratório, em células e animais, demonstram que o extrato de gengibre diminui o acúmulo de placas beta-amiloide e minimizam a atividade de uma enzima que degrada a acetilcolina. O Alzheimer acontece exatamente pelo aumento das placas beta-amiloide que destroem os neurotransmissores, com o gengibre esse aumento não ocorrerá e a acetilcolina (responsável por aprendizagem e memória) funcionará corretamente.

Já no Parkinson, há uma degradação dos neurônios que liberam outro neurotransmissor, a dopamina. O gengibre vai diminuir as chances de os neurônios serem degradados.

No caso do AVC isquêmico, o problema é a obstrução de uma artéria no cérebro que atrapalha o fornecimento de sangue para vários neurônios. Isso faz com que haja danos oxidativos no cérebro. Como dito anteriormente, o gengibre é antioxidante, o que fará a diminuição dos danos nos neurônios.


E para quem não possui nenhuma doença, o gengibre fortalece a memória espacial, numérica e de palavras. 


‼️É importante salientar que se for fazer o uso, você deve procurar um profissional da saúde, pois o uso do gengibre pode potencializar a ação de medicamentos que atuam na coagulação sanguínea. Mas se você já usa como tempero, não precisa ter medo, o problema é inserir agora e usar toda hora/dia. ‼️



16 setembro 2023

Psicomotricidade na Educação

Para muitos professores, é necessário que haja uma grande variedade de objetos para se desenvolver um trabalho com a psicomotor, mas se a pessoa tem a prática e a criatividade, com poucos objetos é possível fazer um bom trabalho. Podemos ver isso em Almeida (2014, p. 21) "Um bom trabalho de Psicomotricidade na escola básica precisa de uma junção de fatores: concepção, comportamento, compromisso, materiais e espaços." Dessa forma, o professor deve saber qual é o problema e criar um plano de ação com os objetos e espaço que tem disponível. Assim ele não perderá o foco e não julgará o método como ruim (sendo que na realidade foi um erro do profissional que perdeu o foco). Além disso, o professor pode viver atrás de técnicas para resolver qualquer dificuldade que o aluno possui na área psicomotora e quando não resolve, ele tende a castigar e policiar o aluno, porém o aluno precisa ir de encontro com outros alunos para socializar e se sentir humano. O colégio é um ambiente que serve para se entender o mundo e aprender a viver com pessoas diferentes, então o professor precisa ser o observador e interventor, assim o aluno se sentirá humanizado e incluído nessa sociedade. Mas não somente o colégio é um lugar educativo, de acordo com Almeida (2014, p. 25) qualquer lugar pode ser educativo desde que o profissional saiba como trabalhar naquele espaço. 
Para os especialistas em Psicomotricidade, o colégio é um ótimo lugar para o desenvolvimento psicomotor por causa das atividades lúdicas, mas também é um ambiente de obstáculos que faram com que eles desenvolvam mecanismos e ferramentas de inserção social, lá eles vão experimentar, testar, errar e concluir. 
Mas é importante salientar que não é só crianças que possuem problemas psicomotores que devem fazer atividades de Psicomotricidade, de acordo com Le Boulch (1982, apud ALMEIDA 2014, p. 27) a educação psicomotora concerne uma formação de base indispensável a toda a criança que seja normal ou com problemas. Ela ainda responde, segundo ele, por uma dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento funcional tendo em conta possibilidades da criança e ajuda sua afetividade a expandir-se e a equilibrar-se por meio do intercâmbio com o ambiente humano.

Atividades que Auxiliam na Psicomotricidade

Um dos maiores problemas na educação é o fato de muitos profissionais não entenderem que talvez o erro do aluno seja algo relacionado à questão psicomotora. Quando o aluno erra algo, na maioria das vezes o professor tende a reclamar e comparar os alunos, o que faz com que o aluno não acredite em si mesmo, perca a autoestima e desista. O ambiente educativo precisa ser um lugar humanizado, onde o professor esteja disposto a acolher e entender o problema que o aluno está tendo.

Algumas atividades que podem ser produzidas são:
Coordenação Motora Global: feita com braços, pernas, pés, quadris, pescoço, cabeça e etc.
Pintar com o dedo;
Fazer maquetes;
Montar quebra-cabeças ;
Amarelinha;
Estátua e etc.

Coordenação Motora Fina: é realizada com os dedos e mãos.
Recortar revistas;
Recortar em zigue-zague;
Utilize pinças;
Bola de gude;
Desenho;
Vídeo game e etc.

Lateralidade: capacidade de olhar e agir entendendo o espaço, para ter direção e equilíbrio.
Dê comandos de esquerda e direita;
Mande ela fazer um desenho e diga o local que cada objeto deve estar (no centro, esquerda, direita ou ao lado de algo que foi desenhado), se houver erros refaça e motive o aluno;
Baralho;
Dardos;
Basquete e etc.

Percepção Musical: serve para desenvolver habilidades artísticas e escutar melhor para ter um melhor desenvolvimento da fala.
Músicas folclóricas;
Sons bucais; 
Sons da natureza (vento, chuva, trovão, raio e mar); 
Risadas; 
Choro; 
Sons de pássaros;
Apito;
Chocalho;
Pratos e etc.

Percepção do Espaço: tanto para a criança e para o adulto é entender o ambiente. Para isso, fazer passeios já é um caminho, mas tem que ser algo constante, mapas e labirintos também auxiliam.

Percepção Temporal: para crianças isso se torna difícil, pois na fantasia é um momento, mas na vida real é outro. Ela começa a perceber a diferença através de suas atividades diárias como dormir, acordar, tomar banho, almoçar, jantar e ir a escola.
Podemos usar um calendário;
Usar relógios;

Percepção Corporal: no início da vida a criança não percebe que ela tem partes do corpo interligada a ela, o bebê acredita que está conectado a mãe, por isso algumas atividades podem auxiliar.
Pisar em areia;
Brincar com argila;
Bambolê;
Morto-vivo;
Estátua;
Pega-pega e etc.

ALMEIDA, Geraldo Peçanha. Teoria e Prática na Psicomotricidade: Jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. 7° edição. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2014.
NEUROSABER. Entenda as áreas psicomotoras e como estimular cada uma delas na aprendizagem. 2020. Disponível em: https://institutoneurosaber.com.br/entenda-as-areas-psicomotoras-e-como-estimular-cada-uma-delas-na-aprendizagem/ Acesso: 05 de set de 2023

02 agosto 2023

Você se Sente Sozinho?

Você se sente sozinho? Essa é a minha pergunta do dia

As vezes na vida é bom ficar sozinho, ter seu canto é o melhor.

 Tem pessoas que não servem para serem companhias, e se você não se sente bem só, como você será capaz de conviver com os outros?

Você tem que se conhecer bem para escolher as amizades; você tem que se sentir bem consigo para quando o outro for embora, você ter a noção de como lidar com essa situação.

Ficar sozinho não significa solidão, a globalização nos trouxe tantas coisas que até nossos sentimentos estão confusos, as imagens falsas da internet e da televisão nos faz acreditar que muita gente é feliz, mas que nós não. A realidade é que vemos mentiras e não entendemos que na realidade todos somos sozinhos, somos seres únicos que iniciamos a vida sozinhos e durante a vida temos auxílios, porém no fim ficamos sozinhos também.

Aprenda primeiro a ser sozinho e depois procure uma companhia, mas que não seja uma companhia na qual você termine dependendo dela.

Faz sentido para você?

24 maio 2023

Automutilação/Autolesão

 Introdução

Pessoas que se lesionam para evitar a dor emocional, obviamente estão passando por problemas muito sérios, podemos ver isso segundo o site do Hospital Santa Mônica (2018), "a automutilação é vista como uma válvula de escape nada saudável para indivíduos lidando com situações em que a dor psicológica e emocional necessita ser aliviada de alguma forma."

Infelizmente, essas lesões feitas muitas vezes são de difícil identificação. Muitas pessoas possuem táticas para esconder as marcas, um exemplo é usar roupas longas como moletons ou mutilar lugares que não são fáceis de serem vistos. Porém, existem indícios como o isolamento social, impulsividade, irritabilidade, autocrítica exacerbada, transtorno alimentar e pouca higiene pessoal.

De acordo com o Hospital Santa Mônica (2018) "A automutilação é definida por lesões provocadas nos próprios tecidos do corpo de forma deliberada, ou seja, propositalmente. A prática é mais comum entre jovens e adolescentes, e geralmente se manifesta na puberdade e fase adulta." Essas lesões podem ser feitas por cortes, mordidas, se bater em paredes, queimaduras, beliscões e etc. A Automutilação pode ocorrer como sintoma de transtornos como Autismo e Demência em idosos. Já para Moreira et al. (2020) a Automutilação também pode ser quando a pessoa "salta de locais relativamente altos, ingere fármacos em doses superiores as posologias terapêuticas, faz uso de drogas ilícitas ou substâncias psicoativas com propósito de autoagressão e ingestão de substâncias ou objetos não ingeríveis." Segundo Dinelli (2020) "A automutilação pode ser uma maneira de lidar com os problemas. Pode ajudá-lo(a) a expressar sentimentos que você não pode expressar em palavras, distraí-lo(a) de sua vida ou liberar a dor emocional."

A Automutilação muitas vezes é o que as pessoas usam para aliviar sentimentos como tristeza, auto aversão, sentimento de vazio, culpa, raiva, frustração, tédio, inutilidade, desespero e desesperança.

  Tipos de Automutilação

Existem dois tipos de Automutilação: A automutilação com pretensão final de suicídio e automutilação sem ideação suicida.

A Automutilação com ideação suicida: é quando a pessoa realmente está em busca da morte, pois tem uma percepção de que isso resolverá todos os problemas. Para saber a frequência das ideias de Automutilação com ideação suicida, é necessário ver o histórico clínico de cada indivíduo, porque dependendo dos meios utilizados pode ocorrer um maior potencial da pessoa entrar em óbito. Conforme o Hospital Santa Mônica (2018), "os atos mais comuns são enforcamento, envenenamento, jogar-se de grandes alturas ou atirar-se na frente de veículos em alta velocidade."

A Automutilação sem ideação suicida: Aqui a pessoa se automutila, mas não tem o propósito de cometer o ato suicida. Conforme o Hospital Santa Mônica (2018) "As autoagressões mais comuns acontecem por meio de cortes, queimaduras e arranhões na pele e mordidas na parte inferior da boca ou membros superiores. Além disso, algumas pessoas têm o hábito de bater a cabeça na parede ou esmurrar a si mesmas." Já de acordo com Christine Moutier [S.I], mesmo que a pessoa não demonstre ideação suicida, devemos observar, pois o tema é muito delicado e elas possuem uma propensão de cometer o ato.

 Esse tipo de Automutilação é mais comum na adolescência e entre as meninas, também muito comum em pessoas com transtornos como o Transtorno de Personalidade Limítrofe, Transtorno de Personalidade Antissocial, Transtorno Alimentar, Transtorno por uso de substâncias (como álcool, drogas ilícitas) e Transtorno do Espectro Autista.

De qualquer forma, se a intenção é suicida ou não, é nítido que o indivíduo que comete a Automutilação está passando por algum problema muito grave e precisa de um acompanhamento adequado. Fatores como sentimentos negativos, brigas familiares, depressão, ansiedade, bulimia, anorexia, abuso na infância, bullying e outros, são situações que levam as pessoas a se ferirem com o objetivo de aliviar o sofrimento que está sentindo. O sofrimento pode até aliviar na hora, mas depois os sentimentos voltam e as marcas físicas ficam.

Por que tantas pessoas praticam a Automutilação?

Existe algum fator real que faz a Automutilação aliviar a dor dos sentimentos?  Sim, ao cometer a autoagressão, o organismo libera endorfinas cerebrais (substâncias consideradas analgésicos naturais) e produzem a sensação de prazer e alívio temporário (HOSPITAL SANTA MÔNICA, 2018). Mas depois que essa sensação passa, tudo volta a se agravar, as vezes até piora o sentimento que já existia.

Como ajudar?

O primeiro passo é criar um ambiente acolhedor, onde a pessoa sentirá que não será julgada e mostrar a ela que a Automutilação não é a melhor solução para se resolver os problemas e assim ela se sentirá mais segura e confiantes para lidar com as situações do dia a dia.

Em concordância com o Hospital Santa Mônica (2018) "uma grande aliada do tratamento é a terapia cognitivo-comportamental, que permite identificar e tratar os motivos que levam a essa prática. Desse modo, o apoio profissional auxilia a pessoa a ser capaz de descobrir alternativas saudáveis para resolver suas perturbações. Dependendo do caso, medicamentos também podem ajudar a diminuir ou cessar os episódios de autolesão."

De acordo com Christine Moutier [S.I], é importante ressaltar que muitas pessoas que fazem a Automutilação não consideram a situação um problema e evitam procurar ajuda especializada.

Como é feito o diagnóstico?

Avaliação médica: o médico examinará o paciente com o intuito de achar marcas que sejam sinais de Automutilação.

Ainda é possível o médico avaliar se a intenção do paciente era de ideação suicida ou não, segundo Christiane Moutier [S.I] "o médico avalia a intenção, os motivos e o humor da pessoa. É possível que uma pessoa que realiza automutilação não suicida declare que deseja se automutilar para obter alívio de sentimentos negativos em vez de declarar que tem vontade de se matar. Ou ela pode usar repetidamente métodos que pouco provavelmente resultariam em morte." Por isso, para ter um bom diagnóstico é preciso conversar com familiares para saber como é o dia a dia do paciente.

O médico durante a consulta pode perguntar:

1.     De que modo a pessoa pratica a automutilação e de quantas maneiras diferentes ela o faz (por exemplo, ela se queima ou se corta?)

2.     Com que frequência ela pratica a automutilação

3.     Há quanto tempo ela vem praticando a automutilação

4.     Qual é a finalidade de ela praticar a automutilação

5.     Quão disposta ela está de participar do tratamento

O médico também pode investigar se a pessoa possui outros Transtornos Mentais e assim ver a probabilidade de ocorrer o suicídio.

Qual o tratamento?

Psicoterapia para a Automutilação e para outros Transtornos que a pessoa tiver. E medicamentos que forem prescritos.

Alguns tipos de psicoterapias são consideradas melhores para o tratamento da Automutilação. São exemplos a Terapia Comportamental Dialética e a Terapia de Regulação Emocional em Grupo (CHRISTIANE MOUTIER, [S.I]).

Na terapia comportamental dialética se oferece sessões semanais individuais e em grupo durante um ano, o terapeuta fica disponível 24 horas por dia por telefone. O objetivo é auxiliar a pessoa a lidar de melhor maneira com o estresse.

Na terapia de regulação emocional, ocorre terapias de 14 semanas em grupo. Ela ajuda a pessoa a criar mais conscientização, compreender e aceitar suas emoções. Esta terapia ajuda a pessoa a lidar com as emoções negativas e entender que essas emoções fazem parte da vida e que ninguém é feliz o tempo todo.

Não existe nenhum medicamento aprovado para o tratamento da automutilação não suicida. Contudo, a naltrexona e alguns medicamentos antipsicóticos atípicos demonstraram ser eficazes para algumas pessoas (CHRISTIANE MOUTIER, [S.I]).

Dados no Brasil

Segundo Pinheiro, Warmling e Coelho, (2021) "No Brasil, a taxa de internação de indivíduos com nove anos ou mais de idade e que tentaram suicídio, foi de 5,6 para cada 100 mil habitantes, entre 2000 e 2013. O VIVA-Inquérito - pesquisa de 2014, em serviços de saúde sentinelas de urgência/emergência de capitais e municípios brasileiros, para levantar informações sobre vítimas de violências - registrou 477 (9,5%) atendimentos decorrentes de violências autoprovocadas, das quais 18 (2,9%) cometidas por crianças, 94 (18,8%) por adolescentes, 348 (74,6%) por adultos e 16 (3,7%) por idosos. No Brasil, estudo de coorte com pessoas atendidas em ambulatório de psiquiatria, publicado em 2016, revelou que, dos indivíduos com comportamento de automutilação, 30% apresentavam idade inferior a 18 anos e 85% eram do sexo feminino." Mesmo os dados de Automutilação serem inferiores a 10% isso se torna um fator preocupante, pois só 74,6% eram adultos e 21,7% menores de 18 anos de acordo com o ano de 2014, em 2016 subiu 8,3% para menores de 18 anos, ou seja, a Automutilação está com uma tendência a subir e por isso deve ser um assunto de saúde pública ou vamos esperar subir mais 30% para ser um fator de alerta e de observação? Sinais essas pessoas dão, mas muitas vezes não observamos ou ignoramos. A Automutilação, como já foi mencionada, é um fator preocupante para o suicídio mesmo que a intenção de início não seja essa. Suponhamos, que uma pessoa se corta com facas e em algum momento acerta uma artéria ou veia, se ela não tiver alguém próximo para socorrer ela irá a óbito.

Em adolescentes, a Automutilação está associada a  problemas familiares e na escola, já nos adultos, está associado com história de abuso na infância, transtornos de ansiedade, transtorno depressivo maior, agressividade e impulsividade (PINHEIRO, WARMLING e COELHO,2021). Podemos ver que a Automutilação está associada a motivos de estresse e traumas que ocorreram ou ainda ocorrem na vida dessas pessoas.

Método

Para Moreira et al. (2020) a Automutilação não é feita somente nos braços e se for feita em outros locais do corpo isso indica que há uma patologia muito séria envolvida. Com isso, os prováveis lugares para serem feitos são partes do corpo que se pode cobrir com roupas.

Função

Segundo Moreira et al. (2020), "as funções da automutilação mais adotadas pelos adolescentes são as de Reforço Automático positivo (sentir alguma coisa, gerar sentimentos) e Reforço Automático Negativo (regular emoções negativas, como raiva, angústia, medo)". Ou seja, aliviar o sentimento ruim (reforço automático negativo) e gerar mais dor (reforço automático positivo).

Fatores de risco

Pertencer ao sexo feminino, abuso físico e sexual, Bullying, consumo excessivo de álcool e drogas, término de relacionamento, baixa qualidade de relacionamento com a mãe, falta de apoio familiar, conhecer outra pessoa que se automutila, sono pobre, sintomas de impulsividade, baixa autoestima, baixo nível socioeconômico, autocrítica, dificuldade de resolução de problemas, não possuir identificação religiosa ou espiritual, baixa escolaridade, possuir identidade alternativa, apresentar problemas com a lei e dificuldade de expressar emoções (MOREIRA ET AL., 2020).

Ainda conforme Moreira et al. (2020), "alguns estudos investigam a neurobiologia da automutilação. Um achado importante indica que o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal dos adolescentes com automutilação é hiporresponsivo, portanto, a secreção de cortisol é reduzida e pode desempenhar fator de vulnerabilidade desses indivíduos no estresse agudo."

A influência das mídias sociais e a Automutilação

Assim como nossos livros, nossos veículos, nossas cidades, a tecnologia digital, mais precisamente os ambientes de interação eletrônicos, são partes de nossa cultura, são nossas mídias que ajudam a moldar o modo como interagimos e pensamos (BAUDRILLARD, 1991; JOHNSON, 2001, apud CAVALCANTE, 2015, p. 176). Sendo assim, podemos ter como exemplos contas do twitter e Facebook que mostram histórias conturbadas que podem influenciar outras pessoas a cometerem atos de Automutilação e de mostrarem sua dor. E normalmente nessas contas, as pessoas tendem a contar histórias de violência sofrida, isolamento, fim de relacionamentos e problemas familiares, e assim encontram outras pessoas que passam o mesmo que elas ou encontram pessoas para falar coisas mais negativas e piorar a situação emocional que já está existente.

Por isso, para menores seria indicado que os pais ou responsáveis sempre estivessem monitorando as redes sociais desses jovens. Para adultos, o indicado seria diminuir o tempo nessas redes sociais e consumir outros conteúdos que sejam mais construtivos.

Como parar com a automutilação

1. Confie em alguém

Falar sobre si pode ser um ato muito difícil, por isso escolha alguém confiável para pedir ajuda. Fale sobre seus sentimentos e porque você está contando isso a ela, pode ser difícil para a pessoa digerir tudo que está acontecendo, por isso dê tempo a ela.

2. Identifique seus gatilhos

Tente descobrir o que te leva a se automutilar, com isso você poderá aprender métodos para lidar com a situação e não continuar se automutilando. Se você não conseguir identificar você pode pedir ajuda para alguém de sua confiança.

3. Encontre novas técnicas de enfrentamento

Se você vai parar, você precisa ter formas alternativas de enfrentamento para reagir de maneira diferente quando estiver com vontade de se cortar ou se machucar.

Se você se machuca para expressar dor e emoções intensas, você pode:

·       Pintar;

·       Desenhar ou rabiscar em um grande pedaço de papel com tinta vermelha;

·       Escrever em um diário para expressar seus sentimentos;

·       Compor um poema ou uma canção para dizer o que sente;

·       Anotar qualquer sentimento negativo e depois rasgar o papel;

·       Ouvir uma música.

Se você se machuca para acalmar ou aliviar-se a si mesmo, você pode:

·       Tomar um banho frio ou um banho quente;

·       Abraçar um  pet, ou ursinho de pelúcia;

·       Usar um cobertor quente;

·       Massagear seu pescoço, mãos e pés;

·       Ouvir uma música calma;

·       Meditar.

 

Se você se machuca porque se sente desconectado(a) ou entorpecido(a), você pode:

·       Ligar para um amigo (você não precisa falar sobre a automutilação);

·       Tomar um banho frio;

·       Segurar um cubo de gelo na dobra do seu braço ou perna;

·       Mastigar algo com um sabor muito forte, como pimenta, hortelã, gengibre ou uma casca de laranja;

Se você se machuca para liberar a tensão ou a raiva, você pode:

·       Correr;

·       Dançar;

·       Pular corda ou bater em um saco de pancadas;

·       Gritar em uma almofada ou colchão ou gritar em seu travesseiro;

·       Rasgar algo (folhas de papel, uma revista);

·       Fazer algum barulho (toque um instrumento, bata em panelas e frigideiras).

 

Como ajudar uma pessoa que está se automutilando

Para poder ajudar é importante saber fazer 3 coisas básicas: saber perguntar, saber como perguntar e saber em que momento perguntar. Mas é muito importante não mencionar nenhum método de suicídio. Também é muito importante saber o nível de risco (baixo, médio ou alto).

 

 

 

Referências:

CAVALCANTE, João Paulo Braga. Autolesão na era da informação: abordagem sociológica acerca de uma subcultura juvenil contemporânea. 2015. 224f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Programa de Pós-graduação em Sociologia, Fortaleza (CE), 2015. Disponível em: <http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/50069>. Acesso em: 26 de Mar de 2023

DINELLI, Alessandra.  Automutilação: Como se sentir melhor sem se machucar. Psicologia Viva, 2020. Disponível em:https://www.google.com/amp/s/blog.psicologiaviva.com.br/a-automutilacao/amp/

PINHEIRO, Thayse de Paula; WARMLING, Deise; COELHO, Elza Berger Salema. Caracterização das tentativas de suicídio e automutilações por adolescentes e adultos notificadas em Santa Catarina. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. v. 30, n. 4, 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1679-49742021000400026>. ISSN 2237-9622. Acesso: 19 de Mar de 2023

MOREIRA, Érika de Sene et al. Automutilação em adolescentes: revisão integrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 25, n. 10 , pp. 3945-3954. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-812320202510.31362018>. ISSN 1678-4561. Acesso: 19 de Mar de 2023.

HOSPITAL SANTA MÔNICA, 2018. Automutilação: saiba como identificar e ajudar a pessoa! Disponível em: <https://hospitalsantamonica.com.br/automutilacao-saiba-como-identificar-e-ajudar-a-pessoa/>. Acesso em: 02 de mar de 2023

MOUTIER, Christine. Automutilação não suicida. Manual MSD Versão Saúde Para a Família, [S.I]. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/comportamento-suicida-e-automutila%C3%A7%C3%A3o/automutila%C3%A7%C3%A3o-n%C3%A3o-suicida>. Acesso em: 20 de mar de 2023

QUESADA, Andrea Amaro; et al. Cartilha para prevenção da Automutilação e do Suicídio: Orientações para educadores e profissionais da saúde. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 

19 maio 2023

Jogos para o Desenvolvimento Socioemocional das Crianças

    Constantemente vemos os jogos como um passatempo ou algo que atrasará as crianças em seus estudos, mas será que esse pensamento está correto? Por isso, fiz essa pesquisa para vermos o lado positivo dos jogos e como ele pode ajudar nossas crianças para o futuro. 
  De acordo com o site Porvir (2014), provas e testes podem ajudar muito uma criança no parâmetro intelectual, porém só isso não a prepara para a vida, é necessário que a criança aprenda a ter habilidades para controlar suas emoções, para alcançar objetivos, demonstrar empatia e saber criar relações saudáveis, para que isso ocorra deve ser inserido as competências socioemocionais na educação. A partir disso pensamos “Como podemos alcançar isso?” É necessário que o professor saia da sua posição tradicional e estimule discussões que levem a criança a refletir sobre a vida, que a faça se abrir para novas experiências e a ser mais cooperativo com os colegas, para simplificar, podemos dizer que o professor de geografia está dando aula sobre a área rural, ele pode usar esse assunto para ensinar as crianças como ter relações é importante, pois sabemos que para um produtor do campo crescer, é necessário que várias pessoas trabalhem juntas e cooperem. 
    Também é possível aplicar jogos como indica o site Porvir (2014) “enquanto as crianças se divertem é possível detectar, aprimorar e avaliar características como trabalho em equipe, resiliência, liderança e reação à contrariedade. É nesse momento de descontração que, ao mesmo tempo, possui regras e estratégias, que se consegue colocar os estudantes em situações do mundo real e permitir que adquiram conhecimento por esforço próprio e na relação com os demais colegas”, com um jogo a criança pode aprender a ter confiança e autoestima, ou seja, ela vai entender que perder não é o fim e que deve continuar tentando, ela pode aplicar isso nas atividades de matemática que possui dificuldade, onde ela vai entender que é normal errar e que ela não é burra. Também poderá desenvolver a ética, de acordo com Cristina Tugas (2020) “É a condição do ser humano de avaliar a sua conduta ou a de outro ser humano com base nos valores de uma sociedade”, com o jogo a criança entenderá o quanto é ruim trapacear e por qual motivo não deve fazer isso, ela vai entender que trapacear prejudica as pessoas e também as magoa, com isso ela colocará a empatia em prática, ainda segundo Cristina Tugas (2020), a criança tentará entender os sentimentos do colega objetivamente e racionalmente. Com a empatia e a ética é de se acreditar que a criança evitará pescar nos testes e provas, por saber que está sendo injusto com os colegas e saber que está infringindo uma regra da escola.
    Com isso concluímos que, é possível aplicar jogos para que as crianças possam adiquirir conhecimentos socioemocionais e que elas possam colocar em prática tanto em campo acadêmico como na vida. Segundo o site Porvir (2014), todas as crianças que adquirem conhecimentos socioemocionais passam a ter notas mais altas pelo fato de passarem a possuir uma grande confiança em si, além de nunca desistirem de tentar aprender e acertar.


Referências:
DIÁRIO ESCOLAR. Site Diário Escolar, 2021. A escola e o seu papel no desenvolvimento das competências socioemocionais. Disponível em: https://diarioescola.com.br/competencias-socioemocionais/ Acesso em: 07 de mar. 2021
PORVIR. Site Povir, 2014. Especial: Competências Socioemocionais. Disponível em: https://socioemocionais.porvir.org/ Acesso em: 05 de mar. 2021

20 março 2023

Aspectos Sociais e Éticos do Doping

Introdução
Muitas pessoas afirmam que o uso de substâncias e técnicas é positivo para o desempenho de atletas, porém esse uso é chamado de doping e é considerado imoral, ilegal, objeto de vigilância e punição. Mas a pressão constante que os atletas sofrem para ter um desempenho melhor os fazem usar essas substâncias ilegais.

Melhoramento Humano
O avanço da tecnologia ajudou muito em vários setores da vida, temos como exemplo o esporte. Pessoas com deficiência física podem usar próteses que as auxiliarão para um melhor desempenho em sua atividades esportivas, além de trazer um alívio psíquico pelo fato de conseguir estabelecer as mesmas atividades que outras pessoas.

O Doping
De acordo com Furtado e Luiz (2019, p.128), 
o doping é considerado imoral, ilegal, passível de penalidades severas, pelas principais organizações e comitês esportivos. Fundada na Suiça em 1999, a World Anti-doping Agency (WADA) é uma organização de referência envolvida no enfrentamento e repressão do doping esportivo. A agência define doping como uma ou mais infrações que estão no código WADA.

Exemplos de doping:
Injeção de sangue
Betabloqueadores - propranolol, atenolol etc.
Hormônios peptídeos e análogos - hormônio do crescimento, eritropoetina, corticotropina.
Diuréticos - hidroclorotiazínicos, furosemida etc.
Estimulantes - pseudoefedrina, efedrina, anfetamina etc.
Narcóticos - morfina, codeína, propoxifeno etc.
Esteroides anabolizantes - testosterona, nandrolona, estanozolol etc.
Usar a urina de outra pessoa e etc.

Visto os exemplos acima, o doping são substâncias que aumentam o desempenho ou oculta a presença de substâncias.

Aspectos éticos e sociais
Como foi mencionado o doping é visto como uma ação antiética, mas muitos autores discordam disso e acreditam que o doping e a tecnologia ajudam muito os esportistas em seu desempenho nos esportes. Mas será que isso realmente é justo? Se fosse liberado, todos usariam? São questões que devem ser pensadas, pois essas ações podem criar desvantagens para outros atletas que não fizerem o uso, e seguindo essa lógica só porque um usa o outro deverá usar para ter um bom desempenho e não ser criticado? Será que esse uso não gerará problemas de saúde? São questões que devem ser pensadas antes de tudo.

O Doping e a pressão psicológica
Conforme Comporesi (2016), frequentemente os esportistas passam por uma grande pressão psicológica e por isso vêem como uma alternativa para solucionar os seus problemas o Doping, pois se muitos usam a lógica é que quem não usa vai perder nos jogos e como consequência vão perder patrocínio e trabalho. Temos como exemplo Alex Zülle, um ex-ciclista profissional suíço, que competiu pela equipe Festina e cujo teste deu positivo para Eritropoetina (EPO) em 1998, disse:
"Todo mundo sabia que o pelotão inteiro estava usando drogas e eu tinha uma escolha. Ou eu me rendia e seguia o fluxo ou arrumava minhas coisas e voltava ao meu antigo emprego como pintor. Me arrependo de mentir, mas não poderia ter feito de outra maneira."

Por isso, é possível não fazer Doping, mas é difícil não participar já que todos fazem. Não praticar o doping pode ser considerado jogar todos os seus esforços e sonhos fora.

Quem é o culpado no Doping?
Todas as vezes que é anunciado que um atleta fez o uso de Doping todos os tipos de críticas recaem sobre o atleta, ele tem um certo nível de culpa, mas não deve ser o único responsabilizado. Em concordância com Comporesi (2016) devemos responsabilizar também aqueles que exercem poder sobre o(s) atleta(s), comitiva ou equipe.

Referências:
CAMPORESI, Silvia. A solução para o doping é estender a punição para além dos atletas. 2016. Disponivel em: <https://www.papodehomem.com.br/a-solucao-para-o-doping-e-estender-a-punicao-para-alem-dos-atletas>. Acesso em: 20 de mar de 2023

FURTADO, Rafael Nogueira; LUIZ, George Moraes de. Aspectos Sociais do Esporte - Melhoramento humano no esporte: aspectos éticos e sociais do doping. São Paulo: Editora Laços, 2019.



Como conseguir um psicologo gratuito